Falando sobre o fim da gravidez e a frustração de não estar acontecendo exatamente como eu gostaria falei para uma amiga que estava focando no objetivo, que a essa altura o fim era mais importante que o meio pelo qual aconteceria e hoje posso dizer que é verdade.
Sempre sonhei com a maternidade em todos os seus níveis, gravidez, parto, o bebê e gostaria de passar por cada etapa, tive uma gestação maravilhosa e nada nos impediria de chegar ao fim parindo meu filho da forma mais mágica possível, mas o cansaço não fazia parte dos planos, os inchaços, os dedos dormentes, as noites intermináveis, enfim, coisas que todo mundo já ouviu eu falar várias vezes, ter optado por marcar a cesárea foi difícil, doloroso, frustrante, no final até comecei a sentir que o parto não ia demorar, que se tivesse mais uns dias poderia rolar, mas quem me conhece sabe que por mais difícil que seja uma decisão depois de tomada eu assumo até o fim e na terça-feira dia 01 de março internamos cedinho para que meu filhote viesse ao mundo.
Não sei se porque foi algo resolvido sem planejar, se porque não senti o tempo passar, ou porque simplesmente bloqueei mas não senti medo ou nervosismo em relação à cirurgia, entrei no centro obstétrico rindo, fazendo piada, conversei o tempo todo e só me vi sem chão quando olhei pela primeira vez para o meu filho.
Depois de muitas idas e vindas, discussões, eu batendo o pé e dizendo que não entraria pra operar sem meu marido optamos por um hospital pequeno, velho e sem muita estrutura, mas foi uma experiência muito melhor, não tínhamos muito recurso ali dentro mas tínhamos o hospital maior na frente para uma emergência, em compensação não fiquei amarrada, o Dori esteve ao meu lado até o fim e saímos eu e o Nicolas direto para o quarto juntos na hora que a cesárea acabou, sem sala de recuperação, berçário ou coisa do tipo, fomos os dois, eu enrolada em lençóis e ele todo sujinho para passarmos os primeiros momentos juntos.
A cirurgia em sim durou pouquíssimo, no máximo uns 40 min, foi muito rápido do momento em que tomei a anestesia e o tiraram de mim e olha, o menino deu trabalho, a médica fez tanta força e passou mal no final rsrs, mas foi 11h e 48 minutos da última terça-feira que meu mundo virou de cabeça pra baixo, meu filhote nasceu com 3,210Kg e 49 cm, um pouco menos que a previsão da ultrassonografia, com nota 10 e pronto para desfilar na avenida.
Se alguém me perguntar como é, qual a sensação, o sentimento, enfim, não tenho palavras para descrever a loucura que é ter um filho, olho pra ele e só de pensar na palavra filho lágrimas vem aos meus olhos, me sinto inebriada com um amor absurdo que com certeza não existia quando ele era só uma barriga, eu não tinha noção nenhuma de que poderia existir algo assim, é um misto de felicidade, medo, impotência diante de uma vida tão frágil que depende de nós para existir o tempo todo, é um sentimento em looping que não acaba nunca.
Para não dizer que tudo é lindo, perfeito e colorido tivemos algum estresse e como tivemos, no hospital ainda eu tive um pouco de dificuldade para amamentá-lo e sem nenhum tipo de informação por parte da equipe de lá que pelo contrário me assustou dizendo que o bebê teria problemas se não mamasse logo, acabei cedendo e deixando que oferecessem leite industrializado para o moleque que claro tomou tudo, dormiu tranquilamente e logo foi se formando a idéia de que ele tinha fome e mais leite foi dado o que resultou em um bebezinho recém nascido com o intestino preso e cólicas terríveis que nos levaram ao desespero, ao ponto de sair de casa há 1h da manhã no mesmo dia que voltamos do hospital para levá-lo ao PS pois ele chorou até perder a respiração, foi horrível ver meu Nicolino olhando pra mim sem respirar, só naquele momento caiu a ficha do quanto ele é vulnerável, que mesmo que muitas coisas não estejam em nossas mãos a responsabilidade por zelar pela sua vida é nossa e que se a linha entre vida e morte é tênue em um serzinho de poucos dias parece mais frágil ainda.
Enfim, levamos o moleque no médico em plena madrugada, foi examinado, medicado e recebemos vários conselhos, dentre eles o de fazer as coisas que acreditamos independente do que as pessoas nos dizem e assim saímos de lá, sem o fantasma da fome nos rondando, decididos a nunca mais dar leite para ele que não venha da sua produtora oficial e principalmente a curtir cada momento do lado do nosso menino, abraçar, carregar no colo, dizer que ama, botar na nossa cama se isso nos deixar mais seguro e a ele mais feliz.
Nossa família está se moldando a cada dia, desde sábado o Nicolas voltou ao seu ritmo intestinal normal rsrs, está mais calmo ainda e nós estamos nos adaptando, posso dizer que estou dormindo mais do que na gravidez, não perco mais o sono no meio da madrugada, não tenho mais desconfortos que não me deixam achar posição na cama, meu bebê acorda pouco durante a noite, quando acontece e vai mostrando a cada dia um pouco do que será sua personalidade, bonzinho, calmo, mas genioso, do tipo que arranca as luvas com força e joga longe quando está nervoso, que não gosta de ficar sem roupa e que curte um sossego assim como os pais.
P.S.: Tentei adicionar fotos do Nicolas mas o Wodpress estava dando erro, quem quiser conhecer o bebê mais lindo do mundo pode ver o seu álbum no Picasa clicando AQUI
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